Eu fiquei um bom tempo encarando o bloco de notas tentando buscar as palavras que me fugiram, eu tinha tanto pra falar e quando nĂŁo conseguia escrever pensei em atĂ© desistir. Parecia que nĂŁo seria digno escrever algo que nĂŁo fosse fluĂdo, nĂŁo seria natural, seria forçado. Mas aqui estou eu, escrevendo, as palavras fluindo num sentido que nĂŁo tem sentido, mas que alivia.
Eu pretendia ler, a escrever, fiquei encarando o livro que eu quase estava finalizando, ele me encarava de volta, como se dissesse "Leia-me e sigas com tua vida.", nĂŁo, eu precisava terminar de escrever essas palavras que imploravam para ser fluĂdas e em breve esquecidas.
No relĂłgio marcavam 01:24 da manhĂŁ, eu calculava quanto tempo eu teria de sono, me esquecendo que o livro me encarava e me intimava para finalizá-lo, decidi nĂŁo pensar nas olheiras que cada página dele iria me causar, nĂŁo faria diferença, olheiras faziam parte do meu visual a muito tempo. ... A pausa, significava que as palavras nĂŁo iriam mais fluir, sem um desfecho aparente em um assunto irrelevante, decidi, finalmente, enfrentar as páginas que agora iriam lutar, nĂŁo contra as palavras que fluĂam, mas contra meu sono.