Das esculturas mais sagradas, o corpo é a mais admirada. Por vezes, o olham e o condenam a sofrimentos, mas há aqueles que o presenteiam com os mais belos prazeres.
Não há apenas um modelo de corpo , mas sim diversidades, ouso dizer que são interpretações do que é divino. Cada corpo uma manifestação singular, que se torna ainda mais bela quando se torna plural.
Ao dedilhar cada centĂmetro de um corpo, e comecemos pelo nosso, sĂŁo várias as sensações, Ă© a descoberta e o passeio por um universo que está em nĂłs, que somos nĂłs.
A tão comum avidez pela descoberta do mundo de sensações do corpo alheio se torna ainda mais digna e respeitosa quando nos permitimos, primeiramente, a explorar o nosso, nos tornando senhores de nosso universo.
O despertar da consciĂŞncia de cada toque nos traz ao presente e ao mesmo tempo o faz imperceptĂvel. Dois segundos de autodescoberta nos leva mil anos Ă frente de onde estávamos.
NĂŁo condenar o prĂłprio corpo Ă© uma tarefa difĂcil para muitos, aceitá-lo Ă© o primeiro passo para se descobrir o que há de melhor e pior para entĂŁo moldá-lo a nosso favor, se somos senhores de nosso universo entĂŁo podemos modificá-lo ou talvez possamos parar e admirar cada centĂmetro de singularidade; se desprendendo da vergonha e abraçando a magia de sentir-se Ăşnico e belo. E entĂŁo nos permitir a unir nossos corpos para o prazer de se integrar ao todo.