Se algum dia você bebeu e então teve uma conversa sincera com alguém, então você pode conhecer aquela sensação no dia seguinte - bom, não sei se é bem uma "sensação" - é quando você mistura o real com o sonho. E então surge a pergunta: "Isso é real?".
Se a conversa tiver sido uma coisa muito boa então a "sensação" terá um impacto diferente, seguido pelo desejo de que tudo aquilo fosse real: "Será? Tomara!".
A primeira vez que senti isso fiquei com medo de que realmente tivesse acontecido, ou pior, que NÃO tivesse acontecido. Se tivesse, seria um choque, é raro coisas boas acontecerem (comigo).
Na segunda vez eu consegui desejar, com força, que fosse verdade.
Já na terceira vez, eu tive a certeza de que era real. Acredita?
...
Naquela manhã eu acordei, no meu quarto, suando e com flashes da noite anterior, flashes que pareciam tapas na cara. Deixei escapar um sorriso, tentei ter certeza se poderia continuar sorrindo ali, deitado. Seria real?
Procurei o meu celular ao redor da cama, uma bagunça que me entende. Eu o achei, estava quase descarregando, mas nada nele me fez ter certeza de que eu poderia continuar com aquele sorriso estampado. Mas aquela batida acelerada no peito funcionava como um "sim". Inaudível e presente. Eu corri para o banheiro, queria ser o primeiro a ver aquela coisa rara numa manhã de segunda-feira: Alegria! Ela poderia ter ficado mais presente, se eu não tivesse uma reunião em menos de 30 minutos.
Mas eu tinha uma certeza, naquele dia, eu senti que poderia dizer: "Bom dia!".