Ainda olhando o caderno achei um texto perdido pelas folhas. Acho que ele deve ser de 4 meses atrás (ou mais). Eu realmente não lembro o motivo, mas posso imaginar alguns. Ele é quase o oposto desses meus últimos dias. Agora, pelo menos, entra um pouco de luz pela janela...
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Não sei porque sinto essa angústia aqui dentro. Eu me sentia tão empolgado como uma criança que descobre que vai ganhar o presente dos sonhos, mas no final eram só promessas.
Fico pensando como será trágico o fim. Um fim sem começo. Um fim triste e unilateral. Preferia ser espancado, para não sentir tal dor na alma.
Me sinto carregado ao fundo do rio com um apedra amarrada ao peito. Pesado e vazio. Chega uma hora que não dá pra lutar mais.
Quantas vezes se pode afogar em um sonho e acordar com água nos pulmões? Sinto isso a vida toda.