NĂŁo consigo descobrir o que despertou o interesse dele por mim, muito menos o que me atraiu nele.
De repente o convite surgiu: "Vem até a minha casa pra gente beber alguma coisa?", perguntei a que horas deveria estar lá, respondeu: "Te ligo ás 19:00".
SaĂ para fazer minha caminhada como sempre, eu estava nervoso e esperando a ligação... Já eram 20:00 e ele nĂŁo me ligou, eu já estava me sentindo aliviado; era um alĂvio triste devo dizer, atĂ© que o celular e a calma se vai e fico estranhamente feliz com isso. Ao telefone, me diz que virá me buscar Ă s 21:00! Ou seja, eu tinha 1 hora para me arrumar e ensaiar como conter o nervosismo e agir com casualidade.
Ouço a buzina do carro. "É agora", pensei. Entrei no carro, e no caminho ele falava sobre assuntos que eu não me lembro porque estava ocupado tentando me imaginar fora daquela cena, observando. Queria saber o porque de estar ali, no fundo eu já sabia. Queria me sentir desejado, mais jovem, por isso eu estava com um cara muito mais velho. Triste (como sempre).
Quando chegamos na casa dele, foi iniciado aquele famoso "tour" pelas acomodações: Sala, cozinha, varanda e por último, o quarto é lógico.
Eu já estava em um ponto que eu nĂŁo podia mais me controlar e quando me dei conta já havia acabado e eu nĂŁo me sentia bem. Definitivamente o sexo nĂŁo era a solução para me sentir bem e naquela situação sĂł me fez sentir pior. Me sentia como se tivesse me vendido para aumentar minha autoestima. Isso existe? Acho que se eu tivesse cobrado poderia ter saĂdo com um pouco de dignidade...
Isso já fazem meses. Nunca mais o vi desde então e nem procuro ver. Me concentrei em me sentir bem sem depender de ninguém. Falhei, mas não desisti. Qual o sentido disso? Nenhum. Nada é suficiente para alguém se sentir completo. Estamos sempre mudando de ideia e a cada nova ideia, uma necessidade surge e ela pode nunca ser suprida. Nunca.