É incrĂvel o quanto vocĂŞ acaba se descobrindo quando está sozinho, mas nem sempre sĂŁo descobertas boas. Hoje mesmo descobri que sou covarde e dependente. Me decepcionei ao me ver sĂł, eu esperava mais, esperava principalmente que eu estivesse acostumado com essa solidĂŁo. Mas acontece que nĂŁo dá pra acostumar e eu odeio ficar sĂł.
Oh, como eu gostaria de ter coragem. Como eu gostaria de me aproximar. Como eu gostaria que a pessoa que eu gosto não me desse apenas abraços de despedida ou segurasse minha mão apenas no escuro. Gostaria que houvesse menos adeus.
Na noite de Quinta me vi cercado pelo mesmo vazio que haveria na noite de Sexta.
Me lembrei que desde criança minha habilidade de fazer amigos era tão precária que eu criei amigos imaginários. E os mesmos viviam em longas viagens [Irônico], fazendo despedidas virarem uma rotina na vida do meu Eu criança.
Nesta mesma época conheci a história do Mágico de Oz e me lembro que o Leão desejava ter coragem e descobre que sempre a teve. Também quero descobrir a minha coragem, onde está o Mágico para me mostrar isso?
Quero conseguir me sentar sozinho em uma mesa de bar e aceitar a minha própria companhia, que me decepciona, me alegra e me faz querer que alguém puxe uma cadeira, se sente e inicie uma conversa como se fossemos velhos amigos. E então fizéssemos um brinde, por um mundo com mais abraços e menos despedidas.